Boas notícias.

Ele veio.
Lá estava eu naquela rua escura de novo com as lágrimas.
Ele, que eu não sei quem é, chegou até mim e não tive medo.
Enxugou-me as lágrimas do rosto e me beijou, dizendo que tudo iria ficar bem.
Ele trouxe uma estrela para mim, não sei como ele sabia que gosto delas.
Mas eu não sabia mais o que era dor naquele momento, e tudo se aqueceu.

Da sede.

Do que preciso hoje.




Oi Pequena,
Sou eu. Sei que faz muito tempo que não falamos, mas só você pra entender o que o Pequeno sente. Sei disso, porque você já passou pela mesma situação e não foi só uma vez. Pois é, coração tá doendo que só. Sabe aquele nó na garganta que não desata de jeito nenhum e as lágrimas que te fazem mal, mas não saem.. ainda tem o coração que bate devagar e tão forte, que te faz uma pressão no peito que parece que vai explodir... até pedi pra que ele parasse de uma vez, seria melhor.
Dói. Mas é bonito demais quando lembro daquelas estrelas que a gente olhava e ele pegava com todo esforço aquela mais brilhante pra alegrar o dia. Daquele olhar todo sem jeito querendo colocar um sorriso no meu rosto. Daquelas vezes em que só bastava nós dois pra que tudo se conectasse da forma mais perfeita, sem esforço... e o mundo fluía sob os nossos pés, a gente se via lá em cima, voando pela noite calorosa.
Hoje, não foi assim Pequena. A rua tava escura e as lágrimas rolaram, porque foi demais, a dor, o medo... a perca. A lua estava lá radiante, mas eu estava na sombra, me escondendo dela. Essa dor ainda não me deixou dormir e é por isso que estou te escrevendo, acho que é reconfortante, talvez nem seja, mas queria que fosse.

Amanhã espero um dia melhor.